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Worldcoin escaneia a íris de 115 mil brasileiros em menos de um mês e gera polêmica

    • A empresa World escaneou a íris de 115 mil brasileiros em menos de um mês.
    • O objetivo é criar um passaporte digital e distinguir humanos de robôs.
    • Especialistas criticam a falta de transparência sobre os dados coletados.
    • Não há custo para os usuários, que recebem 25 tokens digitais após o escaneamento.
    • A empresa afirma que os dados serão anonimizados, mas há preocupações sobre privacidade.

    O Polêmico Projeto de Escaneamento de Íris no Brasil

    Um Novo Passaporte Digital

    Recentemente, um projeto inovador começou a chamar a atenção no Brasil. A empresa World, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, iniciou suas operações no país em novembro de 2024. Desde então, já escaneou a íris de 115 mil brasileiros em menos de um mês. O objetivo? Criar um passaporte digital que promete distinguir humanos de robôs e prevenir fraudes online.

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    Como Funciona o Escaneamento?

    O escaneamento da íris é realizado em 20 locais diferentes na cidade de São Paulo. Para participar, não há custo envolvido. Os participantes recebem 25 tokens da Worldcoin, uma moeda digital semelhante ao Bitcoin, que, ao ser convertida, corresponde a cerca de R$ 470.

    A captura da íris é feita com uma câmera chamada Orb. A partir da imagem, é gerado um código numérico que identifica cada usuário. A empresa afirma que a imagem é apagada logo após a criação do código. No entanto, especialistas levantam questões sobre a segurança e o uso das informações coletadas.

    Críticas e Preocupações

    O projeto da World tem gerado polêmica entre especialistas em privacidade. Muitos se preocupam com a falta de clareza sobre quais dados estão sendo coletados e como serão tratados. A sequência numérica gerada a partir da imagem da íris é considerada um dado biométrico, que é sensível e pode ser utilizado de maneiras inesperadas pelos usuários.

    O especialista em privacidade, Rafael Zanatta, expressou sua preocupação, afirmando que, mesmo que a imagem da íris seja apagada, o identificador único gerado permanece. Ele sugere que a empresa pode ter a intenção de reutilizar esse sistema para gerar lucro através de autenticações.

    A Visão da Empresa

    Rodrigo Tozzi, gerente de operações da Tools for Humanity, parceira da World, defende que a empresa está em diálogo com órgãos reguladores em cada país onde atua. No Brasil, menciona que a empresa está tratando do assunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A World garante que os dados coletados são efetivamente anonimizados, mas muitos permanecem céticos.

    A Necessidade de Diferenciar Humanos de Robôs

    Um dos principais objetivos desse projeto é ajudar a diferenciar humanos de robôs criados por inteligência artificial. Com o avanço da tecnologia, a World acredita que é crucial encontrar maneiras de prevenir a criação de perfis falsos em redes sociais e sites. A empresa argumenta que, com a ajuda da inteligência artificial, é possível enganar os sistemas de segurança que dependem de códigos.

    A Reação do Público

    A recepção do público tem sido mista. Enquanto alguns veem o projeto como uma oportunidade de modernização e segurança, outros expressam preocupações sobre a privacidade e o uso indevido de dados. A falta de informações claras sobre o que acontece com os dados após o escaneamento da íris deixa muitas pessoas desconfiadas.

    A Questão da Privacidade

    A privacidade é uma questão central nesse debate. Muitas pessoas se perguntam: até que ponto estão dispostas a sacrificar sua privacidade em troca de segurança? A ideia de que uma empresa pode coletar dados biométricos e utilizá-los sem o consentimento explícito dos usuários é alarmante para muitos.

    O Futuro do Projeto

    À medida que o projeto avança, será interessante observar como a World lidará com as críticas e preocupações levantadas. A empresa terá que encontrar um equilíbrio entre inovação e proteção da privacidade dos usuários. O sucesso do projeto dependerá não apenas da tecnologia, mas também da confiança que os brasileiros depositam na empresa.