Telegram é Acusado De Promover Conteúdo Extremista Entre Usuários, Revela Estudo
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Telegram é acusado de promover conteúdo extremista entre usuários, revela estudo

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    • Estudo da SPLC revela que o Telegram promove conteúdo extremista aos usuários.
    • Recurso “canais similares” sugere conteúdos radicais mesmo em buscas comuns.
    • Usuários de canais sobre celebridades receberam recomendações de grupos extremistas.
    • Professor encontrou fácil acesso à compra de armas no Telegram.
    • Telegram afirma remover conteúdo nocivo e nega promover materiais radicais.

    Telegram e o Controverso Algoritmo de Conteúdo

    Um Estudo Revelador

    Recentemente, um estudo do Southern Poverty Law Center (SPLC), uma organização americana dedicada à defesa dos direitos civis, trouxe informações alarmantes sobre o Telegram. A pesquisa, que analisou 28 mil canais, mostrou que a plataforma sugere conteúdo extremista mesmo para aqueles que buscam temas como celebridades ou tecnologia.

    O Algoritmo em Questão

    O recurso chamado “canais similares”, introduzido no ano passado, recomenda conteúdos potencialmente perigosos, mesmo quando os usuários navegam por tópicos inofensivos. Um professor que participou da pesquisa demonstrou à equipe da BBC como, em minutos, conseguiu encontrar alguém disposto a vender uma submetralhadora por cerca de 850 libras.

    A Resposta do Telegram

    Diante das acusações, a equipe do Telegram se defendeu, afirmando que os usuários recebem apenas conteúdo que escolheram seguir. Eles ressaltaram que removem milhões de itens considerados nocivos diariamente. No entanto, muitos se perguntam se essas medidas são suficientes.

    Investigação em Andamento

    O fundador do Telegram, Pavel Durov, um bilionário russo, está sob investigação na França. As autoridades o acusam de não conter o uso da plataforma por criminosos. Durov nega as acusações e afirma que o Telegram é uma ferramenta segura para comunicação.

    O Impacto do Conteúdo Extremista

    A pesquisa da SPLC revelou que, ao buscar conteúdos simples, como notícias de celebridades, os usuários frequentemente se deparam com recomendações de conteúdos radicais. Aqueles que buscavam informações extremistas, como teorias da conspiração, eram direcionados a conteúdos ainda mais perturbadores, incluindo grupos de antissemitismo e nacionalismo branco.

    Exemplos Alarmantes

    A pesquisadora-chefe, Megan Squire, fez uma demonstração ao buscar “Donald Trump” em uma nova conta do Telegram. Para sua surpresa, surgiram canais promovendo a teoria da conspiração Q-Anon, que afirma erroneamente que Trump luta contra uma rede de pedófilos adoradores de Satanás.

    Além disso, uma busca por “revoltas no Reino Unido” trouxe um meme sobre Adolf Hitler como o primeiro resultado, seguido por sugestões de canais associados a grupos de direita radical. Squire observou que muitos desses grupos estão ativos e que os usuários do Telegram não estão apenas consumindo memes, mas também participando de eventos reais.

    O Papel do Telegram em Eventos Reais

    Após um ataque com faca em Southport, que causou agitação no Reino Unido, usuários do Telegram foram alguns dos primeiros a convocar protestos e espalharam falsas informações sobre o agressor, alegando que ele era um imigrante em busca de asilo.

    A pesquisadora Squire classificou o Telegram como uma “ameaça digital”, destacando que a plataforma se tornou um espaço onde conteúdos prejudiciais estão facilmente acessíveis.

    O Que Dizem os Especialistas

    O professor David Maimon, da Georgia State University, que analisou conteúdos ilegais no Telegram por seis anos, afirmou que existem dezenas de milhares de canais oferecendo de tudo, desde ferramentas para fraudes até armas. Ele enfatizou que o Telegram é uma das plataformas mais relevantes utilizadas por criminosos atualmente.

    Acusações Graves

    As autoridades francesas acusam Pavel Durov de cumplicidade em diversos crimes, incluindo tráfico de drogas, crime organizado e distribuição de imagens de abuso infantil. Atualmente, ele está em liberdade sob fiança e não pode deixar a França.

    Compromisso com a Moderação

    Apesar das alegações, o Telegram afirma que leva a sério a questão do conteúdo extremista e ilegal. A empresa garante que suas equipes de moderação e ferramentas de inteligência artificial removem milhões de conteúdos considerados nocivos diariamente. Eles insistem que os usuários recebem apenas o que escolheram seguir, afirmando que não promovem conteúdos de forma ativa.

    Um Olhar Crítico

    Porém, críticos argumentam que essa abordagem não é suficiente. A preocupação é que, ao sugerir conteúdos potencialmente perigosos, a plataforma pode estar contribuindo para a radicalização de seus usuários. As evidências apresentadas pelo SPLC levantam questões sobre a responsabilidade das plataformas de redes sociais em moderar o conteúdo que promovem.

    Conclusão

    O estudo do SPLC sobre o Telegram serve como um alerta sobre os perigos que podem surgir em plataformas de comunicação. À medida que a tecnologia avança, é essencial que as empresas que operam essas plataformas adotem uma postura mais proativa na moderação de conteúdos. A segurança dos usuários deve ser uma prioridade, e o diálogo sobre o papel das redes sociais na disseminação de informações extremistas deve continuar.