- Influenciadores crianças recebem álcool como brinde de empresas.
- Menores promovem cursos de afiliados e dizem faturar muito.
- Kiwify e Cakto enviam cestas com espumante para influenciadores mirins.
- Trabalho infantil é uma preocupação com esses influenciadores.
- Empresas afirmam que contas que receberam prêmios eram de adultos.
Influenciadores Mirins: Uma Realidade Preocupante
O Mundo dos Influenciadores Infantis
Recentemente, uma reportagem destacou o universo dos influenciadores mirins. Esses jovens se destacam nas redes sociais, mostrando ganhos financeiros impressionantes ao promover cursos de marketing de afiliados. O que parece um sonho para muitos esconde uma realidade preocupante.
Ganhos Altos e Brindes Inusitados
Muitos afirmam faturar até R$ 100 mil com suas atividades online. Ao alcançar esse valor, recebem prêmios, incluindo uma placa comemorativa e cestas de alimentos. O que choca é que algumas dessas cestas contêm bebida alcoólica, como espumante, proibida para menores de 18 anos no Brasil, levantando questões sobre a responsabilidade das empresas.
As Redes Sociais em Foco
A investigação revelou pelo menos 33 perfis dedicados a esse tipo de conteúdo no Instagram e TikTok. Durante três meses, esses perfis foram monitorados. A equipe de reportagem tentou contatar os pais dos menores, mas muitos não responderam, levantando dúvidas sobre o conhecimento dos responsáveis sobre as atividades dos filhos.
Postagens Alarmantes
Em uma das postagens, uma menina com 457 mil seguidores exibe uma cesta recebida da Kiwify. A situação é ainda mais alarmante considerando que a Cakto também enviou brindes, incluindo espumante, para essa criança, questionando a ética dessas empresas.
Respostas das Empresas
Quando questionada sobre o envio de brindes, a Cakto afirmou que todos os cadastros na plataforma são feitos apenas por adultos e que a responsabilidade legal é vinculada a um responsável. A Kiwify, que negou ter enviado prêmios diretamente a menores, anunciou uma revisão operacional para evitar situações semelhantes.
A Realidade do Trabalho Infantil
Uma mãe entrevistada confirmou que sua filha, de apenas 13 anos, considera esse trabalho válido. Isso pode indicar uma violação das leis trabalhistas, já que, no Brasil, o trabalho infantil é permitido apenas em situações específicas e com autorização judicial. Kelli Angelini, advogada especializada, explica que atuar como influenciador se enquadra nessas leis.
O Impacto nas Crianças
Denise Auad, especialista no tema, ressalta que tanto as crianças que promovem esses cursos quanto aquelas que os assistem são as verdadeiras vítimas. O que preocupa é a influência que isso pode ter sobre outras crianças, desvalorizando a importância dos estudos e do aprendizado.
A Estrutura do Conteúdo
João Francisco Coelho, advogado do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, observa um padrão claro no tipo de conteúdo que esses jovens publicam e na linguagem utilizada, sugerindo uma manipulação direcionada que atrai o público infantil para um mundo que pode não ser saudável.
Questões Legais e Éticas
Além das preocupações sobre trabalho infantil, Denise destaca outras possíveis ilegalidades, como crimes relacionados ao trabalho forçado e fraudes, levantando a questão sobre a responsabilidade das empresas em garantir que suas práticas não prejudicam os menores.
Políticas das Empresas
A Kiwify possui uma política rigorosa sobre a idade mínima para uso da plataforma, afirmando que apenas pessoas com 18 anos ou emancipadas podem se cadastrar. No entanto, a situação atual levanta dúvidas sobre a eficácia dessas políticas.
A Necessidade de Reavaliação
Diante disso, fica clara a necessidade urgente de reavaliar as práticas de marketing que envolvem influenciadores mirins. As empresas devem ser responsabilizadas por suas ações e garantir que não estão colocando as crianças em situações de risco.